Caminheiros da Gardunha, a caminhar desde 1997 por diferentes percursos mas sempre com o mesmo sentido - o interesse pela Natureza e a defesa da Serra da Gardunha.                 

Assim foi a caminhada "Gardunha Sacra"

No último Domingo fez-se uma caminhada que foi ao mesmo tempo uma peregrinação. Tratou-se da "Gardunha Sacra", uma iniciativa que procurou levar os participantes a percorrer alguns dos locais sagrados da Serra da Gardunha, por caminhos que convidam à contemplação e à introspecção. Foi um percurso que, sem ser circular, começou e terminou no convento de Nossa Senhora do Seixo.



No âmbito do programa da Quadragésima, os Caminheiros da Gardunha e o GEGA, em parceria com a Câmara Municipal do Fundão, promoveram a actividade "Gardunha Sacra", uma caminhada que principiou no convento de Nossa Sra do Seixo, no Fundão e, passando pelas capelas do Miradouro (junto ao convento) e de Nossa Sra da Gardunha (Souto da Casa), terminou no santuário da Sra da Orada, em São Vicente da Beira.
 
Este percurso teve como objectivo levar os participantes a percorrer os locais sagrados da Serra da Gardunha, uma das muitas e nem sempre conhecidas facetas desta serra, partilhando histórias e lendas no sentido de recuperar a memória e o próprio nome desses lugares. O percurso foi bastante diversificado, quer no seu traçado, quer na paisagem e, acima de tudo, constituiu um desafio de superação e uma excelente jornada de convívio e partilha.

Antes do início da caminhada, falou-se sobre a história do convento de Nª Srª do Seixo e sobre a importância do conjunto que este forma com a capela da Srª do Seixo na história do Fundão.
 

A primeira parte do percurso percorreu um troço da Rota da Pedra d'Hera (PR3).
 

Este troço proporcionou as primeiras belas imagens da Cova da Beira, com a Estrela lá do outro lado.

A primeira pausa, junto à capela da Sra da Gardunha, aberta propositadamente para esta ocasião.

Imagem da Sra da Gardunha, padroeira dos Caminheiros da Gardunha.



Continuando a caminhada e antes do troço da Rota do Carvalhal (PR8) que segue as levadas, foi necessário atravessar a Ribeira da Gardunha. Com uma boa entreajuda a prova foi superada.

Chegada à zona da praia fluvial do Souto da Casa, para o primeiro de dois pontos de apoio.


Continuando ao longo da Rota do Carvalhal, rumo a Casal de Álvaro Pires.


Chegada à Portela, após ter sido necessário vencer a subida mais exigente do percurso e cujo nome vai ficar certamente na memória: o Tormentoso. A partir da Portela, foi sempre a descer ao longo da calçada antiga que leva até ao santuário da Senhora da Orada.


No santuário da Sra da Orada. Missão cumprida!

As visitas
Após a caminhada e um belo almoço partilhado, no mais puro espírito da romaria da Sra da Orada, iniciou-se um circuito de visitas que começou em São Vicente da Beira, com passagem pelo museu da Misericórdia e pela capela da S.Francisco, onde os caminheiros puderam admirar alguns objectos, imagens e andores ligados às celebrações da Quaresma. Em seguida, já na aldeia da Partida e após uma passagem pela capela de São Sebastião, a visita à igreja matriz constituiu um momento de particular emoção já que aí se pôde admirar o retábulo que até aos anos 20 do século passado se encontrava na igreja do convento de Nossa Sra do Seixo, no Fundão. Como o referiu e bem Rui Venâncio, um dos nossos anfitriões, trata-se do pedaço actualmente mais bem conservado do Convento.

Houve ainda tempo para visitar o surpreendente Centro Interpretativo das Mantas de Trapos e da obra poética de António Salvado, situado mesmo em frente à matriz.

Visita à capela da Misericórdia, em São Vicente da Beira.
 

Capela de São Francisco ou da Ordem Terceira, onde as 14 figuras já estão vestidas a rigor para a procissão dos Terceiros.


Na Partida diante do retábulo que em tempos esteve na igreja do convento de Nª Srª do Seixo, no Fundão e que recentemente foi restaurado, num esforço desenvolvido pela população local que conseguiu angariar os 50.000 euros necessários para esse trabalho. A Dª Delfina ("da Partida", como ela própria o diz) não escondeu o carinho e o orgulho que nutre por este retábulo e ficou mesmo alarmada com desabafo de alguns visitantes que lamentaram o facto de este ter deixado o Fundão.



A imagem de São Tiago que é protagonista de uma curiosa lenda local, segundo a qual o santo desaparecia repetidamente do sítio onde originalmente tinha sido colocado, para aparecer por milagre num monte acima da aldeia. 

O Centro de Interpretação da Manta de Retalhos e da obra poética de António Salvado, da associação "Pequeno Lugar". Ficou por visitar a instalação escultórica junto à ribeira mas o regresso ficou prometido.


Exposição no interior do edifício centrada na reinterpretação da tradicional manta de retalhos.

Agradecimentos:
Para além dos nossos parceiros na organização desta actividade, é impossível não agradecer a todos os que nela participaram e que, pela sua alegria e simpatia, fizeram deste dia um dia memorável. Também endereçamos um agradecimento muito especial à Junta de Freguesia do Souto da Casa pela sua preciosa colaboração, às gentes e entidades de São Vicente da Beira que tão simpaticamente nos receberam e, na aldeia da Partida, à associação "Pequeno Lugar" e ao Sr Rui Venâncio e à Dª Delfina.

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